Novos espaços nacionais sobre a governança da Internet

20/12/2017

Novos espaços nacionais sobre a governança da Internet

LACNIC, através de seu projeto Líderes, promoveu neste ano a discussão e troca de opiniões sobre as questões mais relevantes da governança da Internet em fóruns nacionais realizados na Costa Rica, Guatemala, Peru, Bolívia, Argentina, Panamá e Uruguai, e no LACIGF (espaço regional de fortalecimento da Internet).

Na medida em que a Internet se torna mais relevante na vida social e econômica dos cidadãos, a construção de um modelo colaborativo da rede também ganha mais proeminência, principalmente através da multiplicidade de vozes nos processos de tomada de decisões sobre a forma de administrar os recursos.

LACNIC criou Líderes para fortalecer os fóruns de governança em toda a região e assim promover e facilitar a participação de seus especialistas nessas instâncias e impulsionar o modelo de múltiplas partes interessadas, em que todos os setores interessados têm um espaço para contribuir a que a Internet responda a esses interesses.

Este ano, Líderes apoiou em particular novos espaços com o objetivo de estabelecer boas práticas nos debates sobre a governança da Internet, afirmou Kevon Swift, líder das Relações Estratégicas e Integração de LACNIC.

“Há uma nova geração de espaços e de países que estão criando diálogos de governança. É o que buscamos com esta iniciativa, que mais organizações se juntem à discussão”, acrescentou César Díaz, líder das Relações Estratégicas e Telecomunicações de LACNIC.

Por exemplo, a Costa Rica, Bolívia e Guatemala tiveram pela primeira vez um diálogo sobre governança, fortalecendo as contribuições a nível local e incorporando tópicos com múltiplos pontos de interação.

Para Swift, a realização dos fóruns nos países fortalece a base da discussão regional e global porque considera que um dos níveis mais enriquecedores ocorre a nível nacional já que participa “um grande número de partes interessadas”. O que é relevante -acrescenta- é que “os governos não têm controle sobre as partes envolvidas nas discussões, portanto há uma reflexão mais fiel e precisa das necessidades e possíveis soluções dentro de uma comunidade local”.

Ele acredita que esses fóruns representam um avanço de democracia nos países da América Latina e o Caribe, porque todas as vozes têm a possibilidade de ser ouvidas e de expor suas preocupações, muitas das quais são coletadas e elevadas ao fórum regional e depois ao fórum global.

Além disso, nestas reuniões a multiplicidade de interesses fica exposta. No fórum da Costa Rica os temas foram totalmente diferentes aos da Guatemala porque cada país tem seus próprios interesses, acrescenta Díaz. “Desde Líderes tentamos que cada diálogo de governança tenha sua própria agenda”, garante Díaz.

Um tema que este ano teve maior proeminência nos IGF nacionais foram as discussões e contribuições sobre segurança cibernética, com questões que incluem não apenas capacidades técnicas, mas também buscam uma colaboração muito forte na parte jurídica e na sensibilização, principalmente na proteção das crianças. 

Para 2018 “estamos comprometidos em continuar apoiando os espaços locais e regionais”, diz Díaz.

Uma visão nova. LACNIC também promoveu a participação dos jovens nas discussões de governança da Internet.  Uma das ações de destaque foi o primeiro Youth IGF realizado no Uruguai, onde os jovens acrescentaram sua voz ao Fórum de Governança da Internet Global. Paula Oteguy, oficial das Relações Estratégicas de LACNIC e co-organizadora do evento, destacou o interesse da juventude e disse que eles trazem uma nova visão sobre os assuntos em discussão. “Por exemplo, eles promovem mais discussões sobre temas como a igualdade de gênero, proteção de dados ou economia compartilhada. Há muitas conversas sobre as desigualdades que existem na Internet, como as comunidades indígenas ficam excluídas ou não há um acesso equitativo pela barreira do idioma. Esses são outros parâmetros do fosso digital”, disse Oteguy.

Os jovens também discutiram acerca da geração de consciência ao usar a Internet. “Com o uso das redes sociais, estamos deixando uma marca de dados, por isso também é importante a tarefa de ensinar e disseminar os cuidados relacionados à privacidade”, acrescenta Oteguy.

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